Introdução:
Recentemente houve a disponibilização e comercialização no Brasil da terapia de ablação com radiofrequência para o esôfago de Barrett. Nesse novo cenário é interessante nos familiarizarmos com as principais classificações endoscópicas propostas na literatura para avaliação diagnóstica do Barrett.
Três sistemas de classificação foram propostas com uso do NBI (narrow band imaging) em conjunto com magnificação: classificação de Kansas, Amsterdã e Nottingham. Elas sugerem que o padrão irregular da mucosa e dos vasos são preditivos de displasia, e o padrão “sulcado / viloso” é preditivo de metaplasia intestinal especializada (MI). Em um estudo que comparou os três sistemas, a acurácia para a MI sem displasia variou entre 57% e 63%, e a acurácia para a MI com displasia foi de 75%. A concordância interobservador foi razoável (classificação de Nottingham) a moderada (classificações de Kansas e Amsterdã).
Barrett’s International NBI Group (BING):
Mais recentemente, um sistema de classificação mais simples para discriminar esôfago de Barrett neoplásico (com displasia de alto grau e adenocarcinoma) do Barrett não-neoplásico usando o NBI foi desenvolvido e validado. O Barrett’s International NBI Group (BING) usou o NBI e o near focus (GIF-HQ190; EXERA III; Olympus Inc., Tokyo, Japan) para classificar diferenciar o padrão mucoso e de vascularização em regular e irregular, conforme tabela abaixo:
Os padrões regulares da mucosa e da vascularização são preditivos do Barrett sem displasia, enquanto padrões irregulares de mucosa e/ou vascularização são preditivos de Barrett com displasia de alto grau / adenocarcinoma.
Abaixo alguns exemplos:
Estudos de validação mostraram que a classificação BING pode predizer a presença ou ausência de displasia com alto nível de precisão (> 90%) e com alta concordância interobservador.
Referência (clique no link abaixo para acessar o artigo):
Advanced Endoscopy Fellowship na Cleveland Clinic, Ohio, EUA.
Doutorado em Gastroenterologia pela FMUSP.
Mestrado na Escola Paulista de Medicina – UNIFESP/EPM.
Membro titular da SOBED e FBG.