Predição da profundidade de invasão do CEC esofágico superficial (invasão limitada à submucosa, independentemente do acometimento linfonodal) é fundamental para determinar a estratégia terapêutica (cirúrgica vs endoscópica), uma vez que quanto maior a profundidade de invasão, maior o risco de metástases linfonodais1.
Inoue e colaboradores, em 2015, propuseram uma classificação baseada na avaliação dos padrões dos capilares intrapapilares (IPCLs) através da endoscopia com magnificação e NBI 2,3. Clique aqui para ver essa classificação.
Essa classificação, entretanto, devido à multiplicidade de critérios envolvidos, foi considerada confusa pela grande maioria dos endoscopistas japoneses, limitando sua aplicação em larga escala. Por este motivo, a Japan Esophageal Society (JES) desenvolveu uma classificação simplificada para a magnificação endoscópica no diagnóstico do CEC esofágico superficial.
Tipo A: IPCL normal, ou microvasos anormais sem irregularidade severa. |
Tipo B: Microvasos anormais com irregularidade severa ou vasos dilatados. |
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Tipo B1 => invasão restrita ao epitélio (M1) ou lâmina própria (M2), com acurácia de 91%;
Tipo B2 => invasão restrita à muscular da mucosa (M3) ou submucosa supercial (SM1), com acurácia de 93%;
Tipo B3 => invasão submucosa maciça (> SM2), com acurácia de 95%;
Critérios Auxiliares
Como critérios auxiliares, são avaliadas as áreas avasculares (AVAs), que são subclassificadas de acordo com seu diâmetro em:
- AVA-small: < 0.5mm;
- AVA-middle: > 0.5mm e < 3mm;
- AVA-large: > 3mm.
Qualquer tipo de AVA, circundada por vasos tipo B1 são sugestivas de CEC M1 ou M2. AVA-middle e AVA-large circundadas por vasos tipo B2 e B3 são sugestivas de CEC M3 ou SM1 e invasão submucosa maciça (> SM2) respectivamente.
Outro critério auxiliar avaliado é o padrão de vasos reticular (Tipo R), que são definidos como microvasos de padrão plexiforme. Esse padrão é frequentemente encontrado no CEC invasivo ou em neoplasias malignas epiteliais não CEC, como carcinoma adenoescamoso, carcinoma basiloide e carcinoma de células endócrinas).
Referências
- Oyama T, Inoue H, Arima M, et al. Prediction of the invasion depth of superficial squamous cell carcinoma based on microvessel morphology: magnifying endoscopic classification of the Japan Esophageal Society. Esophagus. 2017;14(2):105-112. doi:10.1007/s10388-016-0527-7.
- Inoue H, Kaga M, Ikeda H, et al. Magnification endoscopy in esophageal squamous cell carcinoma: a review of the intrapapillary capillary loop classification. Ann Gastroenterol. 28(1):41-48. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25608626.
- Sato H, Inoue H, Ikeda H, et al. Utility of intrapapillary capillary loops seen on magnifying narrow-band imaging in estimating invasive depth of esophageal squamous cell carcinoma. Endoscopy. 2015;47(2):122-128. doi:10.1055/s-0034-1390858.
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Como citar esse artigo:
Okazaki O. Padrão IPCL de CEC de Esôfago – classificação da sociedade Japonesa. Endoscopia Terapêutica; 2018. Disponível em: https://endoscopiaterapeutica.net/pt/classificacao/ipcl-esofago-classificacao-japonesa