Objetivo
A Classificação BING foi desenvolvida com o propósito de identificar displasia de alto grau e adenocarcinoma esofágico em pacientes com esôfago de Barrett, utilizando a tecnologia de Narrow-Band Imaging (NBI).
O sistema surgiu como uma resposta às limitações da endoscopia com luz branca e da biópsia aleatória pelo protocolo de Seattle, oferecendo uma ferramenta simples, validada e de aplicação prática, que aumenta a acurácia diagnóstica e pode reduzir a necessidade de múltiplas biópsias.
Critérios
A Classificação BING baseia-se na análise dos padrões da mucosa e dos vasos:
Mucosa:
- Regular: padrão circular, estriado/viloso ou tubular.
- Irregular: padrão ausente ou desorganizado.
Vasos:
- Regulares: seguem a arquitetura da mucosa, com disposição ordenada e ramificação normal.
- Irregulares: não acompanham a arquitetura mucosa, focalmente ou difusamente.
Padrões regulares → indicam epitélio não displásico (NDBE).

Padrões irregulares → sugerem displasia/câncer (HGD/EAC).

Validação clínica:
- Acurácia global: 85%
- Sensibilidade: 80%
- Especificidade: 88%
Aplicação
A Classificação BING representa um avanço prático na vigilância endoscópica do esôfago de Barrett. Permite distinguir áreas não displásicas, candidatas a seguimento, de áreas sugestivas de displasia ou câncer, que necessitam de biópsia direcionada ou ressecção endoscópica. Favorece a detecção precoce de neoplasia, reduzindo as limitações associadas a biópsias aleatórias.
Referência:
Sharma P, Bergman JJGHM, Goda K, Kato M, Messmann H, Alsop BR, et al. Development and Validation of a Classification System to Identify High-Grade Dysplasia and Esophageal Adenocarcinoma in Barrett s Esophagus Using Narrow-Band Imaging. Gastroenterology. 2016;150(3):591 598. doi:10.1053/j.gastro.2015.11.037