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Câncer Gástrico Precoce: revisão rápida

por FERNANDA MELLO TAVARES
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Definição

  • Lesão neoplásica (carcinoma) que não ultrapassa a submucosa
  • Independente do acometimento ganglionar

Epidemiologia

  • 60 anos
  • Homens 2 X 1 Mulheres
  • Alta chance de cura (Sobrevida > 90% em 5 anos)

Adenocarcinoma Gástrico → 3º causa morte por câncer no mundo
No Brasil → Mortes por tumores malignos ⇒ 4º causa em Homens x 5º causa em Mulheres

Incidência

Altamente heterogênea, infere-se biologia diferencial por região geográfica . 5
Em números absolutos houve queda tanto da incidência quanto da mortalidade por câncer gástrico
no panorama mundial.

Pacientes asiáticos

  • Menor taxa de linfonodos positivos
  • Menos chances de metástases
  • Mais precoceRegião distal

Pacientes Ocidentais

  • Aumento na incidência do Adenocarcinoma da TEG (proximal)

Apresentação

  • 80% assintomáticos
  • Sintomas Inespecíficos → mimetizando doença ulcerosa péptica

Fatores de Risco

  • Infecção pelo H. Pylori
    • Risco aumentado de Hipocloridria *
  • Caráter Hereditário
  • Estilo de Vida
    • Tabagismo
    • Dieta → Sal / Nitratos**
  • Sexo Masculino
  • Pós-operatórios de Gastrectomia Parcial ***
    • Remanescente gástrico
    • Após 15 anos
  • Anemia Perniciosa
    • Gastrite Autoimune
    • Acloridria / Atrofia

*Hipocloridria faz parte da cascata evolutiva do Câncer Gástrico
Gastrite Crônica → Gastrite Atrófica → Hipocloridria → Metaplasia → Displasia → Câncer

** Risco aumentado de câncer gástrico em dietas com alto teor de carboidratos complexos e
nitratos, o Nitrato é convertido em Nitrito por bactérias presentes no estômago, formando os
chamados N compostos – NOC (Nitrosamidas / Nitrosaminas), carcinogênicos.²

*** Em doenças benignas como úlcera gástrica são relatados casos de acometimento neoplásico no remanescente gástrico após 15 anos.
Etiopatogenia do câncer de coto gástrico seria o refluxo bílio-pancreático causando inflamação
crônica da mucosa remanescente, evoluindo para gastrite atrófica, metaplasia intestinal e
displasia.¹
Observa-se no entanto que não há correlação com úlcera duodenal.

Fatores de proteção

  • Vitamina C. ³
    • O ácido ascórbico atua prevenindo a conversão de nitrato em nitrito
  • Betacaroteno
  • Fibras

Conclusão

O diagnóstico precoce do CG é um desafio devido a característica invasiva das endoscopias
gástricas e a carência de biomarcadores, traduzindo na identificação tardia da doença, e levando a
menores chances de cura e sobrevida.

Referências

  1. Averbach, Marcelo. Tratado ilustrado de endoscopia digestiva. Thieme Revinter Publicações LTDA,
    2018.
  2. DIOGO FILHO, Augusto, et al. “Câncer de coto gástrico após gastrectomia por úlcera péptica
    gastroduodenal.” ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo) 29 (2016): 65-65.
  3. Britto, Anna Valéria de. “Câncer de estômago: fatores de risco.” Cadernos de Saúde Pública 13
    (1997): S7-S13.
  4. da Cunha Antunes, Danúbia, Iris Maria Lima, and Wanise Maria de Souza Cruz. “Quimioprevenção do
    câncer gástrico.” Revista Brasileira de cancerologia 56.3 (2010): 367-374.
  5. Boyle, Peter, and Bernard Levin. World cancer report 2008. IARC Press, International Agency for
    Research on Cancer, 2008.
  6. Zhou, Jianping, et al. “Linc00152 promotes proliferation in gastric cancer through the
    EGFR-dependent pathway.” Journal of Experimental & Clinical Cancer Research 34.1 (2015): 1-8
FERNANDA MELLO TAVARES
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Graduada em Medicina pela Universidade Gama Filho/ Estácio de Sá em 2014

Residência em Cirurgia Geral e Endoscopia pelo Hospital Regional de Presidente Prudente - SP

Pós Graduação em Urgência e Emergência.


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