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Tumor neuroendócrino retal bem diferenciado: o impacto do tamanho do tumor sobre a história natural e resultados terapêuticos

por Felipe Paludo Salles
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Em estudo retrospectivo publicado em julho de 2014 na revista Gastrointestinal Endoscopy os autores avaliaram o prognóstico e a sobrevida de tumores neuroendócrinos bem diferenciados de reto em relação ao tamanho da lesão em sua apresentação inicial.

Dos 87 pacientes avaliados, 66 apresentavam tumores menores que 10mm, 6 apresentavam tumores entre 11-19mm e 15 apresentavam tumores maiores que 20mm. Destes 87 pacientes, 75 foram tratados conforme seu estadiamento clínico, com ressecção local endoscópica ou cirúrgica.

Ao diagnóstico inicial, dos 87 pacientes, 17 pacientes já apresentavam metástases, 2 (3%) do grupo com tumor menor que 10mm, 4 (66%) do grupo com tumores entre 11-19mm e 11 (73%) do grupo com tumores maiores que 20mm.

Os 70 pacientes que não apresentavam metástases ao diagnóstico foram tratados conforme seu estadiamento. Destes 70 pacientes, 55 (79%) foram seguidos por um período de até 78 meses, sendo que 6 apresentaram metástases neste período.

O estudo sugere que lesões maiores que 10mm possuem agressividade semelhante das lesões maiores que 20mm e por isto deve ser vistas e tratadas de forma forma mais agressiva.

A crítica ao estudo foi sua realização reprospectiva, a ausência de marcadores imuno-histoquímicos no estadiamento de todos os casos, estimativa subjetiva do tamanho do tumor, uma conduta de tratamento não uniforme variando entre as técnicas endoscópicas e cirúrgicas aplicadas e a não padronização dos exames (Tomografia, Ressonância magnética ou Ecoendoscopia) para o estadiamento e seguimento após intervenção local.

 

Referência:  Gleeson FC, Levy MJ, Dozois EJ, Larson DW, Wong Kee Song LM, Boardman LA. Endoscopically identified well-differentiated rectal carcinoid tumors:impact of tumor size on the natural history and outcomes. Gastrointest Endosc. 2014 Jul;80(1):144-51. doi: 10.1016/j.gie.2013.11.031. Epub 2014 Jan 23.

Link para o artigo original: http://www.giejournal.org/article/S0016-5107(13)02627-8/abstract

Felipe Paludo Salles
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Residência em Endoscopia Digestiva no Hospital das Clínicas da USP (HCFMUSP)
Residência em Gastroenterologia no Hospital Universitário da UFSC
Presidente da SOBED / SC na gestão 2018-2020
Médico da clínica Endogastro em Florianópolis e ProGastro em Joinville


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