O escore de Eckardt é uma medida utilizada na avaliação de pacientes com acalasia para quantificar de forma objetiva a gravidade dos sintomas e auxiliar na avaliação do resultado do tratamento.
O Eckardt score leva em consideração quatro parâmetros principais:
- Disfagia (dificuldade de deglutição): A gravidade da disfagia é avaliada de acordo com a frequência e gravidade dos sintomas relatados pelo paciente.
- Odinofagia (dor durante a deglutição): A presença ou ausência de dor durante a deglutição.
- Regurgitação: A frequência e gravidade da regurgitação.
- Perda de peso: A perda de peso relacionada aos sintomas da acalásia é considerada como um indicador adicional.
Cada um desses parâmetros é pontuado de acordo com sua gravidade, e a soma dos pontos resulta no Eckardt score total, que varia de 0 a 12. Quanto maior o score, mais grave é a condição do paciente.
Escore |
Sintomas | |||
Perda ponderal |
Disfagia |
Dor |
Regurgitação |
|
0 |
Ausente |
Ausente | Ausente | Ausente |
1 |
<5 Kg |
Ocasional | Ocasional | Ocasional |
2 |
5-10Kg | Diária |
Diária |
Diária |
3 |
>10 Kg | Todas as refeições |
Todas as refeições |
Todas as refeições |
O escore de Eckardt é a métrica mais comumente usada para avaliar terapias para a acalásia. O sucesso clínico geralmente é definido como um escore de 3 ou menos após a intervenção terapêutica. No entanto, é importante observar que o escore de Eckardt possui algumas limitações. Embora a disfagia seja o principal sintoma alvo do tratamento da acalásia, um paciente pode ainda experimentar sintomas de disfagia em cada refeição, mesmo tendo um escore de Eckardt de 3. Isso sugere que o escore pode não capturar totalmente a experiência subjetiva do indivíduo.
É crucial que sejam considerados fatores adicionais, como a frequência e gravidade dos sintomas, juntamente com medidas objetivas como manometria esofágica e estudos radiográficos, para fazer uma avaliação abrangente da resposta ao tratamento da acalasia.
Referência:
Eckardt, V. F., Aignherr, C., & Bernhard, G. (1992). Predictors of outcome in patients with achalasia treated by pneumatic dilation. Gastroenterology, 103(6), 1732–1738. doi:10.1016/0016-5085(92)91428-7