Objetivo
A classificação de Los Angeles é uma das principais classificações utilizadas na endoscopia para avaliar as alterações da mucosa esofágica em pacientes com sintomas de doença do refluxo (DRGE). Essa classificação foi desenvolvida para diagnosticar a gravidade do esofagite de refluxo, correlacionando-a com a resposta a determinados tratamentos e o risco de complicações, como estenoses pépticas.
Historicamente, havia uma variabilidade significativa entre os endoscopistas na descrição das diferentes aparências endoscópicas associadas à DRGE, com diversas classificações anteriores tendo sido descritas, muitas sem desenvolvimento formal, validação e revisão por pares. Isso dificultava a comunicação dos achados e representava uma barreira para a interpretação precisa dos resultados de ensaios clínicos terapêuticos que relatavam taxas de sucesso no tratamento da doença de refluxo erosiva.
Em sua forma final, a classificação de Los Angeles (LA) foi publicada em 1999. Ela foi desenvolvida pelo Grupo de Trabalho Internacional para a Classificação da Esofagite, com o apoio da Organização Mundial de Gastroenterologia, e proposta pela primeira vez em 1994. A classificação foi apresentada pela primeira vez no Congresso Mundial de Gastroenterologia realizado em Los Angeles, o que deu nome à classificação.
Critérios
Confira abaixo graus da Esofagite erosiva – Los Angeles
Grau | Descrição |
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A | Uma ou mais erosões de mucosa com tamanho máximo de 5 mm, que não se estendem entre os topos de duas pregas mucosas. |
B | Uma ou mais erosões de mucosa com tamanho superior a 5 mm, que não se estendem entre os topos de duas pregas mucosas. |
C | Uma ou mais erosões de mucosa contínuas entre os topos de duas ou mais pregas mucosas, mas que envolvem menos de 75% da circunferência esofágica. |
D | Uma ou mais erosões de mucosa que envolvem pelo menos 75% da circunferência esofágica. |
Exemplos
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GRAU A
Confira o que é esofagite erosiva grau A de Los Angeles.
Uma (ou mais) solução de continuidade da mucosa confinada às pregas mucosas, não maiores que 5 mm cada;
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GRAU B
Esofagite erosiva grau b de Los Angeles: Pelo menos uma solução de continuidade da mucosa com mais de 5 mm de comprimento, confinada às pregas mucosas e não contíguas entre o topo de duas pregas;
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GRAU C
Pelo menos uma solução de continuidade da mucosa confluente entre o topo de duas (ou mais) pregas mucosas, ocupando menos que 75% da circunferência do esôfago;
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GRAU D
Uma ou mais quebra de mucosa que envolve ao menos 75% da circunferência do esôfago.
Aplicação
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É atualmente a classificação mais utilizada e recomendada por guidelines internacionais.
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Permite padronizar relatos endoscópicos, guiar tratamento e comparar resultados em estudos clínicos.
Referência
Lundell LR, Dent J, Bennett JR, Blum AL, Armstrong D, Galmiche JP, Johnson F, Hongo M, Richter JE, Spechler SJ, Tytgat GN, Wallin L. Endoscopic assessment of oesophagitis: clinical and functional correlates and further validation of the Los Angeles classification. Gut. 1999 Aug;45(2):172-80. doi: 10.1136/gut.45.2.172. PMID: 10403727; PMCID: PMC1727604.
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