Sistema OLGIM (Operative Link on Gastric Intestinal Metaplasia Staging)

A classificação OLGIM é uma extensão do sistema OLGA (Operative Link on Gastritis Assessment) e substitui o parâmetro principal da OLGA, a gastrite atrófica, pelo achado de metaplasia intestinal (MI).

A inclusão da MI como marcador na classificação OLGIM melhora a reprodutibilidade e, consequentemente, amplia a capacidade de avaliação do risco de câncer gástrico em pacientes com lesões gástricas pré-malignas.

Referência:

Capelle LG, de Vries AC, Haringsma J, et al. The staging of gastritis with the OLGA system by using intestinal metaplasia as an accurate alternative for atrophic gastritis. Gastrointest Endosc. 2010;71(7):1150-1158. doi:10.1016/j.gie.2009.12.046




Sistema OLGA (Operative Link on Gastritis Assessment)

A gastrite atrófica é um achado frequente de exames endoscópicos, sendo um dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer gástrico.  Para identificar e estratificar grupos de risco foi criada uma classificação denominada OLGA (Operative Link of Gastritis Assesment), baseada na localização das biópsias e achados histológicos avaliando de forma objetiva o grau de atrofia.  A classificação é reprodutível, de fácil execução, permitindo selecionar o grupo de pacientes de maior risco que devem ter seguimento mais rígido, mantendo a custo-efetividade do rastreamento. 

Resumidamente, as biópsias devem ser realizadas nos seguintes locais e identificadas em três frascos separados, com ao menos dois fragmentos de cada local: 

  1. Parede anterior e parede posterior de corpo (C1 e C2) 
  2. Incisura angular (A3)
  3. Pequena e grande curvatura de antro (A1 e A2)

O escore OLGA é classificado de acordo com o resultado destas biópsias, conforme tabela abaixo: 

Referências:

  1. Rugge M, Genta RM. Staging and grading of chronic gastritis. Hum Pathol. 2005 Mar;36(3):228-33. doi: 10.1016/j.humpath.2004.12.008. PMID: 15791566.
  2. Rugge M, Meggio A, Pennelli G, Piscioli F, Giacomelli L, De Pretis G, Graham DY. Gastritis staging in clinical practice: the OLGA staging system. Gut. 2007 May;56(5):631-6. doi: 10.1136/gut.2006.106666. Epub 2006 Dec 1. PMID: 17142647; PMCID: PMC1942143.



Borrmann – Câncer gástrico avançado

Classificação de Borrmann – Câncer gástrico avançado

A apresentação macroscópica do câncer gástrico avançado é bastante variável.

A classificação de Borrmann, descrita em 1926 é a mais utilizada entre os endoscopistas.

Classificação de Borrmann. Fonte: Sabiston Textbook of Surgery 21st edition

 

Borrmann I
Lesão polipóide ou vegetante, bem delimitada.

 

 

Borrmann II
Lesão ulcerada, bem delimitada, de bordas elevadas.

 

 

Borrmann III
Lesão ulcerada, infiltrativa em parte ou em todas as suas bordas, limites mal definidos

 

 

Borrmann IV
Lesão difusamente infiltrativa. Linite plastica

 

Cumpre lembrar que em 2002, o consenso de Paris manteve essa mesma divisão da classificação macroscópica proposta por Borrmann e adicionou o tipo O para denotar as lesões precoces, e o tipo 5 para denotar as lesões inclassificáveis. Portanto, não existe tipo 5 de Borrmann. Esse é um termo usado pela JGCA (Japanese Gastric Cancer Association) e pelo consenso de Paris.  Segue trecho do consenso de Paris:

“The Japanese Gastric Cancer Association (JGCA) also added a type 5 for unclassifiable advanced tumors. The complete modification for gastric tumors becomes:

  • type 0 – superficial polypoid, flat/depressed, or excavated tumors
  • type 1 – polypoid carcinomas, usually attached on a wide base
  • type 2 – ulcerated carcinomas with sharply demarcated and raised margins
  • type 3 – ulcerated, infiltrating carcinomas without definite limits
  • type 4 – nonulcerated, diffusely infiltrating carcinomas
  • type 5 – unclassifiable advanced carcinomas”

 




Câncer gástrico precoce – classificação japonesa

Câncer gástrico precoce

Classificação da Sociedade Japonesa de Endoscopia Digestiva

 

I – Polipóide

1

IIa – Superficial elevado
IIb – Superficial plano
IIc – Superficial deprimido

2

 

III – Ulcerado

3

 

Tipos Mistos

4

5

6

7

– O tipo IIa é definido quando a altura da lesão for menor ou igual a duas vezes a mucosa normal

– Na descrição dos tipos mistos o primeiro numeral romano indica o tipo predominante




Classificação de Sakita

A classificação de Sakita visa fornecer uma sistemática para descrever e categorizar as úlceras gástricas com base em suas características endoscópicas e nas diferentes fases do ciclo evolutivo da úlcera. Isso permite uma comunicação mais precisa e consistente entre os médicos e pesquisadores, facilitando a compreensão das características clínicas das úlceras e o desenvolvimento de estratégias de tratamento adequadas.

São descritas três fases principais (A, H e S) e os números 1 e 2 de acordo com a etapa evolutiva.

Classificação de Sakita

  • A1 (Active): A lesão geralmente tem bordas planas e nítidas, fundo com fibrina e por vezes restos necróticos.
  • A2 (Active): As bordas tornam-se bem definidas, às vezes elevadas, tomando forma mais nítida, fundo com fibrina espessa e clara.
  • H1 (Healing): A fibrina torna-se mais tênue, inicia-se discreta convergência de pregas, com hiperemia marginal.
  • H2 (Healing): Notam-se ilhas de tecido de regeneração, com convergência nítida de pregas e intensa hiperemia marginal.
  • S1 (Scar): Inicia-se a formação de uma cicatriz vermelha com reação inflamatória adjacente residual.
  • S2 (Scar): resolução do quadro com formação de cicatriz branca, com retração adjacente variável.

É importante mencionar que a classificação de Sakita é mais confiável na caracterização de lesões agudas e pode ser limitada em casos de recidivas, devido a sequelas prévias, como convergência de pregas, pseudodivertículos e retração cicatricial, o que pode alterar a morfologia e o estadiamento da úlcera.

Referência:

Sakita T, Oguro Y, Takasu S, Fukutomi H, Miwa T. Observations on the healing of ulcerations in early gastric cancer. The life cycle of the malignant ulcer. Gastroenterology. 1971;60(5):835–9.




Classificação de Sidney

Gastrites – classificação endoscópica

Sistema Sidney

TOPOGRAFIA CATEGORIA GRAU DE INTENSIDADE
Pangastrite Enantematosa Leve
Gastrite do antro Erosiva plana Moderada
Gastrite do corpo Erosiva elevada Severa
Atrófica
Hemorrágica
Refluxo
Pregas mucosas hiperplásicas

 

Termos descritivos:

  • Edema
  • Enantema
  • Friabilidade
  • Exsudato
  • Erosão plana
  • Erosão elevada
  • Nodosidade
  • Hiperplasia de pregas mucosas
  • Atrofia das pregas mucosas
  • Visibilidade do padrão vascular
  • Áreas de hemorragia intramural



Classificação endoscópica das varizes gástricas – Sarin

As varizes gástricas são categorizadas pela classificação de Sarin em 04 tipos com base em sua relação com as varizes esofágicas e a respectiva localização na câmara gástrica.

Classificação endoscópica das varizes gástricas
Localização Código Descrição
Varizes gastroesofágicas GOV1 continuação de varizes esofágicas que se estendem por 2 a 5 cm abaixo da transição gastroesofágica pela pequena curvatura do estômago
GOV2 continuação de varizes esofágicas que se estendem para o fundo gástrico
Varizes gástricas isoladas IGV1 varizes gástricas isoladas localizadas no fundo gástrico a poucos centímetros da cárdia
IGV2 varizes gástricas isoladas que ocorrem em qualquer local do estômago

Referências:

  1. Sarin SK, Kumar A. Gastric varices: profile, classification, and management. Am J Gastroenterol. 1989;84(:1244-9.
  2. Sarin SK, Lahoti D, Saxena SP, Murthy NS, Makwana UK. Prevalence, classification and natural history of gastric varices: a long-term follow-up study in 568 portal hypertension patients. Hepatology. 1992;16:1343-9.



Classificação de Forrest

A Classificação Forrest, descrita inicialmente por J.A. Forrest et al. em 1974 no The Lancet, é um sistema de classificação amplamente utilizado para sangramento gastrointestinal alto relacionado a úlceras. O objetivo principal desta classificação é facilitar a comunicação efetiva entre endoscopistas, fornecendo uma descrição padronizada do sangramento de úlceras. Com o tempo, também se tornou uma ferramenta valiosa para prever o risco de sangramento, ressangramento e mortalidade em pacientes.

O sistema de classificação categoriza úlceras sangrantes em diferentes tipos com base nos achados endoscópicos. Essas categorias ajudam a avaliar a gravidade e prever o curso clínico do sangramento. A classificação inclui as seguintes categorias:

Sangramento Classificação de Forrest Aparência Endoscópica Taxa de Re-sangramento Recomendação de Tratamento endoscópico
Ativo IA Sangramento em “jato” 90% Tratar
Ativo IB Sangramento em “babação” 10-20% Tratar
Recente IIA Vaso visível sem sangramento ativo 50% Tratar
Recente IIB Coágulo aderido 25-30% Considerar tratamento
Recente IIC Base de úlcera com resíduo de hematina 7-10% Não tratar
Sem sangramento III Úlcera de base limpa 3-5% Não tratar

Referência:

Forrest JA, Finlayson ND, Shearman DJ. Endoscopy in gastrointestinal bleeding. Lancet. 1974 Aug 17;2(7877):394-7. doi: 10.1016/s0140-6736(74)91770-x. PMID: 4136718.