Divertículos de esôfago superior

 

Divertículo de Killian-Jamieson : foi descrito em 1983 por Ekberg et al. e situa-se na parede anterolateral do esôfago cervical, distal ao músculo cricofaríngeo.

 

Divertículo de Zenkerse origina na linha média da parede posterior do esôfago, acima do músculo cricofaríngeo (região também chamada de trígono de Killian).

 

Veja com mais detalhes esse assunto no link abaixo:

https://endoscopiaterapeutica.net/pt/assuntosgerais/diverticulo-de-zenker-vs-diverticulo-de-killian-jamieson/




Escore de Eckardt – Acalásia

O escore de Eckardt é uma medida utilizada na avaliação de pacientes com acalasia para quantificar de forma objetiva a gravidade dos sintomas e auxiliar na avaliação do resultado do tratamento.

O Eckardt score leva em consideração quatro parâmetros principais:

  1. Disfagia (dificuldade de deglutição): A gravidade da disfagia é avaliada de acordo com a frequência e gravidade dos sintomas relatados pelo paciente.
  2. Odinofagia (dor durante a deglutição): A presença ou ausência de dor durante a deglutição.
  3. Regurgitação: A frequência e gravidade da regurgitação.
  4. Perda de peso: A perda de peso relacionada aos sintomas da acalásia é considerada como um indicador adicional.

Cada um desses parâmetros é pontuado de acordo com sua gravidade, e a soma dos pontos resulta no Eckardt score total, que varia de 0 a 12. Quanto maior o score, mais grave é a condição do paciente.

Escore

Sintomas

Perda ponderal

Disfagia

Dor

Regurgitação

0

Ausente

Ausente Ausente Ausente

1

<5 Kg

Ocasional Ocasional Ocasional

2

5-10Kg Diária

Diária

Diária

3

>10 Kg Todas as refeições

Todas as refeições

Todas as refeições

O escore de Eckardt é a métrica mais comumente usada para avaliar terapias para a acalásia. O sucesso clínico geralmente é definido como um escore de 3 ou menos após a intervenção terapêutica. No entanto, é importante observar que o escore de Eckardt possui algumas limitações. Embora a disfagia seja o principal sintoma alvo do tratamento da acalásia, um paciente pode ainda experimentar sintomas de disfagia em cada refeição, mesmo tendo um escore de Eckardt de 3. Isso sugere que o escore pode não capturar totalmente a experiência subjetiva do indivíduo.

É crucial que sejam considerados fatores adicionais, como a frequência e gravidade dos sintomas, juntamente com medidas objetivas como manometria esofágica e estudos radiográficos, para fazer uma avaliação abrangente da resposta ao tratamento da acalasia.

Referência:

Eckardt, V. F., Aignherr, C., & Bernhard, G. (1992). Predictors of outcome in patients with achalasia treated by pneumatic dilation. Gastroenterology, 103(6), 1732–1738. doi:10.1016/0016-5085(92)91428-7




Hérnias hiatais

As hérnias de hiato ou simplesmente hiatais são frequentes em nosso meio. A mais comum é a do tipo deslizamento. A classificação mais abrangente reconhece 4 tipos:




Esofagite péptica – MUSE

É uma classificação pouco utilizada em nosso meio. Os graus baseiam-se nas complicações decorrentes da esofagite.

MUSE = M (metaplasia) U (ulceration) S (stenosis) E (erosion)

Metaplasia

Ulceration

Stenosis

Erosions




Esofagite péptica – Sonnemberg

Classificação muito pouco utilizada em nosso prática diária.




Esofagite péptica – Hetzel

Assim como outras classificações existentes, como por exemplo Sonnemberg e Allison, a classificação de Hetzel raramente é utilizada, mas acreditamos que valha a pena saber que existe !

 

0

I

II

III

IV

 




Esofagite péptica – Allison

Colocamos essa classificação em nossa lista apenas para ilustrar e sabermos que existem diversas delas que não são utilizadas em nossa prática diária.

I

III

II

IV

V




Esofagite péptica – Savary Miller

A classificação de Savary-Miller original foi proposta em 1967 e depois modificada em 1989.

Ainda é bastante  utilizada, porém vem sendo substituída pela de Los Angeles.

A classificação a seguir trata-se da Savary-Miller modificada:

Grau 1 Uma ou mais erosões, lineares ou ovaladas, em uma única prega longitudinal.
Grau 2 Várias erosões, situadas em mais de uma prega longitudinal, confluentes ou não, mas que não ocupam toda a circunferência do esôfago.
Grau 3 Erosões confluentes que se estendem por toda a circunferência do esôfago.
Grau 4 Lesões crônicas: úlcera(s) e estenose(s), isoladas ou associadas às lesões nos graus 1 a 3.
Grau 5 Epitélio colunar em continuidade com a linha Z: circunferencial ou não, de extensão variável, associado ou não às lesões dos graus 1 a 4.

SM 1

SM 2

SM 3

SM 5

Esôfago de Barrett já define SM 5

 

Referências:

  1. Savary M, Miller G. The Esophagus.Handbook and Atlas of Endoscopy. Solothurn: Gassmann Verlag, AG, 1978.
  2. Ollyo JB, Monnier P, Fontolliet C, Birchler R, Fasel J, Levi F, et al. [Savary’s ulcer: a new complication of gastroesophageal reflux? Apropos of 32 endoscopically observed cases]. Schweiz Med Wochenschr. 1988;28;118(21):823-7.



Esofagite por Candida – Kodsi

Objetivo

A classificação de Kodsi  foi proposta em 1976 e é utilizada para categorizar a esofagite por Candida, uma das formas mais comuns de esofagite infecciosa.

Critérios

Essa classificação divide a candidíase esofágica em quatro graus, usando os seguintes achados da avaliação endoscópica:

  • número e tamanho de placas esbranquiçadas
  • presença de edema, hiperemia, ulcerações e estreitamento da luz do órgão

Segue detalhamento da classificação:

Graus de esofagite por Candida (Kodsi)
Grau Achados Endoscópicos
Grau I Pequeno número de placas (menores de 2mm) esbranquiçadas e elevadas com hiperemia, mas sem evidência de ulceração ou edema
Grau II Múltiplas placas acima de 2mm com edema e hiperemia. Não ocorrem úlceras.
Grau III Placas confluentes elevadas lineares ou nodulares com hiperemia e ulceração.
Grau IV Grau III mais friabilidade da mucosa que pode estar associada com estreitamento da luz do órgão.

Aplicação

A classificação auxilia na documentação em laudos endoscópicos e no monitoramento da resposta ao tratamento.

Referência

Kodsi BE, Wickremesinghe C, Kozinn PJ, Iswara K, Goldberg PK. Candida esophagitis: a prospective study of 27 cases. Gastroenterology. 1976 Nov;71(5):715-9. PMID: 964563.




Esofagite erosiva – Los Angeles

Objetivo

A classificação de Los Angeles é uma das principais classificações utilizadas na endoscopia para avaliar as alterações da mucosa esofágica em pacientes com sintomas de doença do refluxo (DRGE). Essa classificação foi desenvolvida para diagnosticar a gravidade do esofagite de refluxo, correlacionando-a com a resposta a determinados tratamentos e o risco de complicações, como estenoses pépticas.

Historicamente, havia uma variabilidade significativa entre os endoscopistas na descrição das diferentes aparências endoscópicas associadas à DRGE, com diversas classificações anteriores tendo sido descritas, muitas sem desenvolvimento formal, validação e revisão por pares. Isso dificultava a comunicação dos achados e representava uma barreira para a interpretação precisa dos resultados de ensaios clínicos terapêuticos que relatavam taxas de sucesso no tratamento da doença de refluxo erosiva.

Em sua forma final, a classificação de Los Angeles (LA) foi publicada em 1999. Ela foi desenvolvida pelo Grupo de Trabalho Internacional para a Classificação da Esofagite, com o apoio da Organização Mundial de Gastroenterologia, e proposta pela primeira vez em 1994. A classificação foi apresentada pela primeira vez no Congresso Mundial de Gastroenterologia realizado em Los Angeles, o que deu nome à classificação.

Critérios

Confira abaixo graus da Esofagite erosiva – Los Angeles

Grau Descrição
A Uma ou mais erosões de mucosa com tamanho máximo de 5 mm, que não se estendem entre os topos de duas pregas mucosas.
B Uma ou mais erosões de mucosa com tamanho superior a 5 mm, que não se estendem entre os topos de duas pregas mucosas.
C Uma ou mais erosões de mucosa contínuas entre os topos de duas ou mais pregas mucosas, mas que envolvem menos de 75% da circunferência esofágica.
D Uma ou mais erosões de mucosa que envolvem pelo menos 75% da circunferência esofágica.

Exemplos

  • GRAU A

Confira o que é esofagite erosiva grau A de Los Angeles.

Uma (ou mais) solução de continuidade da mucosa confinada às pregas mucosas,   não maiores que 5 mm cada;

o que é esofagite erosiva grau A de Los Angeles

  • GRAU B

    Esofagite erosiva grau b de Los Angeles: Pelo menos uma solução de continuidade da mucosa com mais de 5 mm de comprimento, confinada às pregas mucosas e não contíguas entre o topo de duas pregas;

Grau B: Esofagite erosiva

  • GRAU C

    Pelo menos uma solução de continuidade da mucosa confluente entre o topo de duas (ou mais) pregas mucosas, ocupando menos que 75% da circunferência do esôfago;

Grau C: Esofagite erosiva Grau C: Esofagite erosiva

  • GRAU D

    Uma ou mais quebra de mucosa que envolve ao menos 75% da circunferência do esôfago.

Grau D: Esofagite erosiva

Aplicação

  • É atualmente a classificação mais utilizada e recomendada por guidelines internacionais.

  • Permite padronizar relatos endoscópicos, guiar tratamento e comparar resultados em estudos clínicos.

Referência

Lundell LR, Dent J, Bennett JR, Blum AL, Armstrong D, Galmiche JP, Johnson F, Hongo M, Richter JE, Spechler SJ, Tytgat GN, Wallin L. Endoscopic assessment of oesophagitis: clinical and functional correlates and further validation of the Los Angeles classification. Gut. 1999 Aug;45(2):172-80. doi: 10.1136/gut.45.2.172. PMID: 10403727; PMCID: PMC1727604.

Classificações no Endoscopia Terapêutica

O portal Endoscopia Terapêutica tem como objetivo compartilhar experiências da prática diária, além de prover atualizações por meio de Artigos comentados, Casos clínicos, Diretrizes e discussões sobre endoscopia digestiva.

Clique para visualizar outras classificações!