Autores: Crislei Casamali e William Scheffer Chaves
Caso Clínico: Paciente masculino, 52 anos, previamente hígido, com sintomas dispépticos leves. Nega perda ponderal, febre ou sudorese noturna. Ausência de massas abdominais, inguinais ou axilares ao exame físico. Realizou endoscopia digestiva alta com biópsias, com os seguintes achados no duodeno:
Endoscopia digestiva alta: a) bulbo duodenal; b) papila duodenal maior; c) porção duodenal descendente (luz branca); d) porção duodenal descendente (NBI).Patologia: a) colocação HE; b) IHQ CD20+.
Paciente do sexo feminino, 44 anos, com antecedente de cirurgia bariátrica (Bypass Gástrico em Y de Roux) realizada em 2012, e diagnóstico prévio de hipotireoidismo. Desde o final de 2022, evoluiu com dor abdominal progressiva, episódios de náuseas e vômitos, além de perda de peso significativa.
Uma endoscopia digestiva alta (EDA) realizada em junho de 2023 identificou uma estenose na anastomose gastrojejunal, com achados sugestivos de isquemia. A paciente foi submetida a revisão cirúrgica da anastomose, no entanto, os sintomas persistiram.
Em janeiro de 2024, uma tomografia computadorizada (TC) de abdome revelou perfuração bloqueada da anastomose e uma coleção perianastomótica, além de uma lesão polipoide de 2,5 cm na segunda porção do duodeno, na região periampular. Diante desses achados, foi solicitada uma ressonância magnética (RM) de abdome superior, que confirmou uma lesão polipoide intraluminal de 3,2 cm na parede lateral da segunda porção do duodeno, com realce heterogêneo.
Após discussão multidisciplinar, optou-se por nova cirurgia para drenagem da coleção, revisão da anastomose e EDA intra-operatória para avaliar a lesão polipoide em duodeno, em março de 2024. Durante o ato cirúrgico, foi realizada uma gastrotomia para acesso endoscópico ao duodeno. A endoscopia revelou uma lesão pediculada, com superfície vilosa, localizada na parede lateral da segunda porção do duodeno, oposta à papila maior (seta). A base do pedículo media 15 mm de comprimento por 12 mm de espessura, e a porção cefálica da lesão apresentava diâmetro de 30 mm.
QUIZ – Teste seus conhecimentos
Paciente de 48 anos, hígida e sem comorbidades, foi diagnosticada com lesão sólida pancreática em investigação de dispepsia dor abdominal em cólicas em hipocôndrio direito após refeições, com realização de exames prévios de ultrassom de abdome total e tomografia de abdome. Foi então encaminhada para realização de ecoendoscopia para avaliação e biópsia da lesão. Com os seguintes achados:
Vesícula biliar normodistendida, com paredes finas, exibindo imagem hiperecóica e móvel, formadora de sombra acústica posterior, medindo cerca de 12 mm no maior eixo, compatível com cálculo (Foto 1);
Imagem com ecotextura hipoecóica, homogênea, arredondada, de aproximadamente 11,6 x 10,2 mm, com contornos regulares, limites precisos, sem comunicação com ducto pancreático principal ou acometimento dos vasos perilesionais, localizada em colo pancreático (Fotos 2 e 3).
Figura 1 – Colelitíase
Figura 2 – Lesão sólida em colo pancreático Figura 3 – Lesão sólida em colo pancreático
Foram realizadas punções ecoguiadas para obtenção de material para análise anatomopatológica (Foto 4).
Figura 4 – Punção de lesão pancreática
O resultado do anatomopatológico evidenciou os seguintes achados:
Anatomopatológico: Avaliação histológica revela tumor neuroendócrino bem diferenciado. Amostra apresenta placas sólidas compostas por células atípicas relativamente homogêneas, em densidade celular elevada e estroma escasso. Células atípicas apresentam citoplasma eosinofílico e núcleo arredondado, com cromatina finamente granular. Necrose tumoral não identificada. Figuras mitóticas indistintas.
Imuno-histoquímica (marcadores na figura 5): Quadro morfológico e perfil de imuno-expressão compatíveis com TUMOR NEUROENDÓCRINO BEM DIFERENCIADO GRAU 1 (NET G1).
Figura 5 – Resultado imuno-histoquímica
Quiz! Caso Clínico
Colaboração: Marcelo Fialho Roman, Luiz Carlos Pereira Bin
Medicações em uso: de Enalapril 20mg, Hidroclorotiazida 25mg, AAS 100mg, Sinvastatina 40mg.
Durante internação, por IC descompensada, apresentou 3 episódios de melena. Não houve instabilidade hemodinâmica. Houve necessidade de transfusão de 1 unidade de hemoconcentrado.
Exames laboratoriais (antes da transfusão): Hb: 8,7| Ht: 27 | Leu: 7.500 sem desvios | Cr: 1,0 | Ur: 39 | Na 136 | K 3,5 e demais exames sem particularidades
EDA: gastrite antral erosiva plana leve; UREASE negativa
Realizou preparo anterógrado com manitol, em que foram evidenciadas:
QUIZ! Caso Clínico
Paciente do sexo feminino, 54 anos, hipertensa, com relato de um episódio de hematoquezia ocorrido há 30 dias. Nega perda ponderal ou alteração do hábito intestinal. Realizou colonoscopia, sendo identificada, em reto distal, próximo à linha pectínea, lesão mostrada abaixo medindo cerca de 2 cm.
Foi realizada cromoscopia com índigo carmim e biópsias.
Quiz ! Colonoscopia de rastreio
Paciente feminina de 49 anos em colonoscopia de rastreio foi evidenciada a seguinte alteração.
QUIZ ! Cáusticos na emergência
Paciente de 28 anos, feminino, com relato de tentativa de suicídio através da ingestão de um copo de solução com soda cáustica há cerca de 12h com queixa de sialorréia, dor retroesternal e epigástrica. Realizou endoscopia em outro serviço cujo laudo descreve mucosa esofágica edemaciada, enantemática com exsudato inflamatório difuso e erosões. Retornou ao setor de endoscopia após 2 meses com quadro de disfagia para sólidos e aceitação irregular de dieta pastosa, sendo evidenciada estenose esofágica e iniciado programa de dilatação.
Quiz !!!
Quiz Cólon
Paciente masculino 73 anos, obeso, hipertenso e diabético, submetido a cirurgia de quadril devido a fratura no colo do fêmur. No segundo dia de pós-operatório, iniciou com quadro de dor e distensão abdominal associado a parada de eliminação de fezes. Rx de abdome demonstrava dilatação difusa do cólon, sem dilatação significativa de alças de delgado. Foram iniciadas, então, medidas de suporte clínico, como jejum, hidratação, passagem de sonda nasogástrica e suspensão de medicamentos opioides. Paciente evoluiu sem melhora clínica, com piora da distensão abdominal sendo submetido a TC de abdome no quinto dia de pós-operatório. Exame mostrou grande dilatação difusa de todo cólon, com diâmetro estimado do ceco de 14 cm. A equipe de endoscopia foi chamada para realização de colonoscopia descompressiva.
Quiz: achados pós-ESD!
Paciente masculino, 57 anos, com história de dispepsia.
Endoscopia Digestiva Alta revela lesão plano-elevada (0-IIa de Paris), com superfície vilosa, aspecto regular, com bordas mal delimitadas, localizada na grande curvatura do antro proximal de 12 mm (Fig.1)
Biópsias: adenoma com displasia de baixo grau.
Figura 1: A) lesão 0-IIa de Paris à luz branca; B) cromoscopia com NBI; C) cromoscopia com índigo carmim a 0,4%.
Realizado tratamento endoscópico pela técnica de ESD híbrida (Fig. 2)
Figura 2: A) incisão circunferencial da mucosa, seguida de apreensão e ressecção com alça de polipectomia; B) aspecto do leito após recuperação do espécime; C) síntese do leito com hemoclipes.
O laudo anatomopatológico revelou:
Adenoma gástrico do tipo intestinal com displasia de baixo grau;
Margens periféricas e profundas livres de displasia;
H. pylori negativa
A endoscopia de controle 7 meses após o tratamento endoscópico revelou o seguinte achado (Fig. 3)